sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Construindo novas relações de gênero através dos clássicos infantis





     
    O presente projeto tem por objetivo levar o aluno a conscientização das novas características femininas e percepção do avanço que as mesmas obtiveram, desconstruindo a imagem apresentada nos clássicos infantis reinada nas instituições como forma única e padronizada. Percebendo uma nova estrutura social ao qual a mulher passa a desenvolver um papel de grande significância, tomando decisões relevantes à sociedade em que vive (diferentemente da época antecessora a nossa), resolveu-se tratar do assunto na educação infantil, turma jardim nível A (três anos e seis meses a quatro anos e seis meses) através dos clássicos infantis, reescrevendo os mesmos para que os pequenos possam acionar o seu senso, de forma crítica. Levando em conta o contexto histórico cujo vivemos, podemos apreciar determinados avanços sociais. Assim, a escola é um lugar formal e sistemático passível a estas discussões. A metodologia empregada iniciou com o levantamento de opiniões a respeito dos contos infantis e a forma como os personagens são apresentados. Como o homem é caracterizado? E o que se espera das mulheres quanto ao comportamento? Em Cinderela, Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, são apresentadas como lindas e amáveis lembrando as meninas ingênuas e desprotegidas, que se expõe aos males mundiais. A beleza passa a ser importância maior, pois se a mulher não fosse bela, não seria feminina. Em seguida, a desconstrução do que foi apresentado, desmistificando tudo que se conceitua na atualidade. Parcialmente pode-se perceber o espanto dos alunos ao presenciarem personagens conhecidos, com características opostas. Por fim, entendo que por considerar importante a literatura infantil no processo educativo é preciso compreender de que forma os gêneros são representados porque os contos influenciarão no processo social da criança.
Palavras-chave: Contos infantis. Sexualidade. Gênero




Chapeuzinho Vermelho (Clássico)

Chapeuzinho Vermelho era uma linda menina, que gostava de usar um capuz vermelho que sua vó lhe dera.
Um dia, caminhava pela floresta para levar biscoitos e geléia para a avó que estava doente, quando chegou um lobo:
- O que uma menina tão bonita faz sozinha na floresta? Perguntou o lobo.
- Vou levar biscoitos e geléia para minha avó, pois ela está doente. Respondeu a menina.
- Você não tem medo de andar por aqui sozinha? Quis saber o lobo.
- Não, a casa da vovó é logo depois daquela grande figueira.
- Então vá, meu bem, e leve flores também. Cuide bem de sua vovó querida!
Sem perder tempo, o lobo seguiu por um atalho e chegou antes de Chapeuzinho à casa da vovó.
Bateu na porta imitando a voz da menina e entrou. A pobre velhinha estava deitada na cama, o lobo pulou e devorou a vovó de uma só vez.
Vestiu seu xale, sua touca e seus óculos e ficou esperando Chapeuzinho chegar.
Não demorou muito e a menina chegou. Bateu à porta, chamou pela avó e entrou. Ao ver a vovó na cama, foi dizendo:
- Vovó, a senhora está mesmo doente! Como seus olhos estão grandes!
- É pra te ver melhor, meu bem, disse o lobo.
- Mas suas orelhas, seu nariz,... está tudo tão grande.
- É pra te ouvir e sentir seu perfume querida.
- Mas, e esta boca enorme?
- É pra te comer, menina tola!!!!!
Dizendo isso, pulou sobre a menina que gritou o mais alto que pôde.
Por sorte passava ali um lenhador, que há muito tempo procurava este malvado bichano. O lenhador socorreu a menina e matou o lobo.
Depois de ouvir a história de Chapeuzinho, o lenhador abriu a barriga do lobo e salvou a vovó que ainda estava viva dentro da barriga do lobo.
Agradecidas ao caçador, as duas o convidaram para tomar chá e comer biscoitos com geléia. Elas, então, viveram felizes para sempre sem o lobo por perto.



Chapeuzinho Vermelho (atualidade, versão da vovó)
Queridos amigos, há muito tempo vocês ouvem falar da história do Chapeuzinho Vermelho. Cansei de ouvir conversinhas e vou contar toda a verdade.
Bom, o lobo cuidava bem da floresta a ponto de não querer que ninguém passasse por lá; A minha netinha, a Chapeuzinho Vermelho, era uma criança muito mal-criada. Chapeuzinho nem ligava para os conselhos de sua mãe: teimava sempre.
Um dia ela passou pela floresta cantando a música eu quero tchu, eu quero tcha e o lobo foi ver quem era.
- Oh seu lobo feioso, que tu queres aí? Deixa-me ir à vovó. Disse a menina.
- Olha o respeito menina. Você vai sujar minha floresta, vá pela outra estrada. Disse o lobo.
- Ah vai, só não te dou com esta cesta na cabeça porque tem doces pra vovó.
O lobo resolveu então dar o troco na mal-criada da Chapeuzinho. Combinou comigo, a vovó, e se vestiu de mim.
Minutos depois chega Chapeuzinho: toc, toc, toc.
- Sou eu velha, abre aqui. Se a senhora não abrir eu empurro... Vovó?????? Credo como à senhora está feia.
- Oi minha netinha, peguei resfriado.
- E que voz é essa? E estes olhos grandes?
- É pra te ver melhor.
- E esse nariz horroroso?
- É pra cheirar teu perfume delicioso.
- Argg, e essa boca fedorenta, a senhora não escovou os dentes?
O lobo não aguentou e disse:
- É pra te comer!!!!!!!
E saiu correndo atrás da Chapeuzinho. Quando alcançou, rasgou todo o capuz vermelho. Logo, chegou o lenhador e deu com um pedaço de lenha no lobo, que saiu correndo.
- Bah, pobre do lobo, tinha combinado comigo, pois nem iria me comer de verdade. Disse a vovó.




História Infantil: Bela Acordada
Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia como era bonita. Quando era bonita, as pessoas diziam: - Eu te amo! Quando era feia, as mesmas pessoas diziam: - Não gosto de ti! E atirava caroços de azeitonas na cabeça dela.
A mulher pediu a Deus: - Faz-me bonita ou feia de uma vez por todas e para sempre.
Então Deus Fê-la feia.
A mulher chorou muito porque iria sempre ouvir coisas feias e ainda apanhar;
Só os animais gostavam dela, tanto quando era bonita como feia. Mas só o amor dos animais não lhe chegava. Por isso deitou-se perto de um poço. No poço estava um peixe que comeu a Bela Acordada, sem mastigar.
Logo a seguir, passou o poço o criador do Rei que pescou o peixe. Assim, o levar o peixe para a cozinha no palácio, logo que as criadas abriram o peixe viram a Bela Acordada. A mulher Bela não tinha morrido ainda.
As criadas e o Rei eram bonitos. E a Bela Acordada era tão feia.
Por isso, quando as criadas foram chamar o Rei para vê-la, ao entrar na cozinha ele teve um choque logo se apaixonando:
- Será uma sereia? Perguntaram as criadas ao Rei, em coro.
- Não, não é uma sereia porque tem duas pernas tortas. Respondeu o Rei.
O Rei convidou Bela para jantar. No jantar o Rei e Bela comeram o peixe. Assim que as criadas saíram o Rei disse:
- Eu te amo.
O Rei sorriu à mulher e jogou uma azeitona. Só que desta vez ela comeu a azeitona. E em seguida a mesma respondeu:
- Eu também te amo!
E um dia casaram.
Adília Lopes (adaptado)








Cinderela (atual)
Quando criança, Cinderela era uma menina gordinha e graciosa. Sempre que alguém a via, logo falava: - Que menina Mais fofinha!
Cinderela foi crescendo e ficando mais fofinha. Na escola muitos diziam: - Ela come dez pães de manhã! – Qualquer dia ela explode!
Os apelidos foram aumentando e Cinderela não queria ir pra escola.
Ainda, o seu pai ria casar novamente. A mulher tinha duas filhas lindas.
Quando estava perto da formatura, o pai de Cinderela adoeceu. E faleceu depois da formatura. Agora Cinderela fazia tudo, tudo.
Até que um dia os amigos de suas irmãs iriam dar uma festa. Mas as irmãs tão ruins descobriram e a trancaram no quarto. Cinderela adormeceu. Quando acordou quase desmaiou viu um lindo vestido. Tinha também uma carta de sua mãe que dizia que o vestido era pra ele.
Vestiu-se e foi. Chegando lá encontrou Gizé. Ficou todo o tempo dançando. Gizé convidou para leva-la até em casa e no dia seguinte iriam almoçar juntos.
E tornaram-se amigos e mais tarde, bem mais tarde namorados.



Branca de Neve
Branca de Neve era uma menina que gostava de ouvir Rock. Pensava em ir pra cidade fazer outra tatuagem. Mas ela morava com a madrasta, a rainha.
A rainha era uma feiticeira muito vaidosa. Todos os dias, ela perguntava ao espelho mágico que era a mais bela do reino. Um dia o espelho respondeu que era a Branca de Neve. Assim, a rainha ficou furiosa.
Vendo sua fúria, Branca colocou roupas em sua bolsa e fugiria para a cidade e assim, faria outra tatuagem.
Só que Branca se perdeu, caiu e bateu com a cabeça. A rainha descobriu e foi a procura dela. Mas Sete anõezinhos estavam cuidando de Branca. Um dia quando os anõezinhos foram passear na floresta, Branca ficou. Em seguida, a Rainha disfarçada de velhinha bate e oferece uma maçã a Branca. Logo que comeu, Branca desmaiou e não acordou. Até que um dia um príncipe passou por ali e triste resolveu beijá-la.
Branca acordou e seguiu seu destino: a cidade para pôr sua nova tatuagem. E o príncipe talvez esperasse até a sua volta.